quinta-feira, setembro 03, 2015

A chorar como há muito não chorava...

...é como me encontro desde que esta manhã liguei o tablet e vi a imagem do menino de três anos que morreu.

Pode ser que esteja influenciada por ter um bebe e achar que um dia podia ser ele... por ter um medo que me pêlo de tudo o que tenha a ver com EI e jihad e fundamentalismos... por ser mesmo muito dramático.. por tudo!

Só sei que não me sai da cabeça aquela imagem e , a caminho do trabalho, só pensava que um donativo não chega. Não que não o faça, mas no fundo de mim, o  que queria mesmo era pegar numa criança que esteja a passar por isto e acolhê-la na minha família. Dar-lhe as mesmas oportunidades que os meus filhos têm direito (ainda que não sejamos uma família com capacidades financeiras por aí além), dar-lhe carinho acima de tudo e muito amor. E fiz logo um filme na minha cabeça: quem posso contactar, quanto tempo demora a isto acontecer, o que isso implicaria para nós, conseguiríamos sustentar-nos a todos?

E depois lembrei-me que tenho um marido.. que se calhar também tem uma opinião e que a coisa não se faz de ânimo leve.

E no meio disto tudo só me passou (e continua a passar) pela cabeça o quão poucochinho somos todos nós, aqui à beira mar plantados, cheios de falsos protagonismos: ai o meu menino já tem um tablet, ah o meu não tem e TENHO de lhe comprar um, ai que o meu só veste roupa timberland, ai, ai ai... o caracinhas é o que é!

E (outra vez) depois, chego aqui ao trabalho, mando uma mensagem ao meu marido, e ele responde-me:
 
 
Já contactámos entretanto uma agência local de refugiados para ver como pudemos ajudar e vamos ver o que se pode fazer daqui para a frente.
 
E sim no nosso dia a dia, e à nossa volta, há situações desesperantes também. Quanto a estas sei que ajudo. E chateia-me quando me pedem donativos. Peçam roupa e comida. Peçam-me bens. Já dei, dou com regularidade e compro para dar. Sem problema nenhum. Não me vai faltar pão a mesa nem a mim nem aos meus filhos porque compro um cabaz de coisas para outras crianças que não são minhas. E custa-me, mesmo muito, ver pessoas, (também à minha volta), que vão aos ritos da  sua religião, bater com a mão no peito, mas quando toca a este tipo de actividades, nunca as vi fazer nadinha... eu sei q isto não são coisas para nos "marketisarmos". Quem faz, faz porque sente não para mostrar..    e eu não tenho de saber tudo, mas tenho cá uns feelings...
 
Mas isto não me sai da cabeça e o facto de eu ter forma de ajudar também não...

3 comentários:

  1. Às vezes costumo colocar roupa nos contentores verdes mas nos últimos tempos tenho visto que há pessoal suspeito a assaltar esses contentores, provavelmente para vender em 2ª mão.
    Se souberes de alguém super necessitado, tenho ainda coisas de menina (6 a 8 anos) e menino (4 a 6) roupa e sapatos.
    A venda no OLX nestes artigos não tem muita saída, há muita oferta, de qualquer modo vou sempre tentando com algumas coisas mesmo quase novas, dá-me pena dar algumas coisas.

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  2. ola Paula. neste momentos, as situacoes q estou a adompanhar nao se enquadram nessas idades. de qq forma se eu souber digo te! devias era ter coisas de menino de oito anos, q eu tb recebo coisas ca p casa ;)

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  3. paula p a semana falamos mas acho q tenho destino p as coisas de menino

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